Amanhecer
Chorou com a lua
Pela dor de seus espinhos
Sua alma desnuda
Desencantou do caminho
Transbordava o anoitecer
Entre a penumbra e a névoa
Não conseguia adormecer
Sonâmbulava entre a luz e as trevas
A madrugada parecia infinita
Não via-se as mãos da alvorada
A alegria já era esquecida
Mesmo assim com ela sonhava acordada
E sua dor tornou-se em clamor
No silêncio que ensurdecia
Como deve ser provar do amor
Se seu gosto à boca desfalecia?
Era só uma sensação
Sem sentimento
Almejava o seu coração
Tê-lo como sal, seu condimento
Para que pudesse temperar as terras
Com a sabedoria quase inalcançável
Então desejou ser pérola
Com valor inestimável
Era o broto
Em seu início
Um porto
Com farol vitalício
Sorriu então para a lua
E da penumbra despediu-se
Cobriu-se dos pés à cabeça de púrpura
Em seguida, descobriu-se
Viu quem de fato era
E onde podia chegar
Seu ermo era esta esfera
Mas há um infinito a velejar
Onde encontrar-se-á com seus eternos
E compreenderá o anoitecer
Fará imenso seu universo interno
Esperando seu imorredouro amanhecer
Patricia Campos
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Excelente 🌻
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