Depois da Tempestade
Na tempestade da noite, ando nem sei por onde
Procuro o meu amor, de mim ele se esconde
A lua e as estrelas fogem dos chuviscos
Os raios escrevem no céu em forma de rabiscos.
Procuro seu rosto, pelo menos sua imagem
O negrume da noite apaga toda a paisagem
Meus olhos não o conseguem ver
É um parte da alma que está a escurecer.
O vento uiva, parece um triste lamento
A chuva pesada escorre e lava meu pensamento
Um temporal de tristeza varre o que há dentro de mim
Quebra-se o vaso, mas não morre a flor do meu jardim.
Não encontro quem procuro, a tempestade passa
Dou um aceno à noite, a madrugada me abraça
Uma brisa me toca e meu coração alivia
Vem um raio de sol e acorda a minha poesia.
Marilda Sampronha
03.02.2021
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