“PRENÚNCIO DE MAL TEMPO
Mais um ocaso tem necessidade
De lavar minh’alma e organizar
Meus pensamentos, frenéticos, depois
De um dia, onde a sua intensidade me arrebatou.
Uma faísca de luz une o meu coração ao céu,
Que, neste instante, uniu-se a mim
Em inconstância e ebulição.
Há uma mistura de tempo revolto…
E o dourado do caminho… Tudo parece
Atípico… Um ancião do outro lado
Da rua me lembra a infância e a prosa
Alegre que era desenvolvida com meus progenitores.
Aquele gingado próprio de quem não tem
Pressa, aos poucos, deu lugar à bengala
E aquele velho hábito de avisar que vai chover,
Também, está se apagando, juntamente…
Com a vida que escorre pelo tempo.
A tempestade se aproxima, mas o meu
Coração está apertado e sei que
Hoje escorregão lágrimas …
Por entender que a vida vem e vai,
Continuamente… E o céu chorou.
Choramos juntos, enquanto o propósito
Do meu coração era, enfim, dar certeza…
Àquela voz, que bebeu o meu sorriso,
Quantas vezes busquei o ocaso
Para reverenciar a vida e buscar
O equilíbrio do meu espírito, que…
Sempre começa com um ato de dar
E receber simplicidades e acolher gentilezas
No meio do caminho… Assim a vida
Acontece e a sua previsão uniu a Terra ao Céu…
Entre caminhos dourados, dois arco-íris,
Nuvens carregadas e terra molhada
E, com a voz embargada e a roupa
Encharcada, pronunciei ‘hoje choveu’.”
Marli F Freitas / A Poeta de Minas Gerais
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