ANO NOVO, VIDA NOVA?
Gracilene Pinto
Já faz algum tempo que deixei de considerar o dia primeiro de janeiro como um recomeço de vida. A vida recomeça com o alvorecer, recomeça todos os dias. Cada dia é um recomeço e cada amanhecer é uma nova oportunidade de mudança e crescimento. Portanto, ano novo não significa mudança de nada verdadeiramente.
A mudança no calendário é apenas uma questão de organização cronológica, que possibilita a marcação de eventos históricos no tempo. E, porque não dizer, uma contagem regressiva da nossa estadia na terra? O que importa, o que realmente muda as nossas vidas são as escolhas que fazemos todos os dias e a nossa determinação, nosso compromisso, de nos superarmos a cada dia no caminho do bem.
O que muda de fato em nossas vidas, se as promessas de sermos melhores a partir de primeiro de janeiro não forem cumpridas? Porque, a verdade é que a maioria não cumpre o compromisso assumido consigo mesmo de crescimento pessoal. Não pode haver vida nova se continuarmos a cometer os mesmos erros e não permitirmos que a luz renasça dentro de nós para iluminar os nossos cantos sombrios.
A vida é o dia a dia, com momentos bons e outros nem tanto. Sem esquecer, que o que determina se uma coisa é boa ou ruim é o modo como a vemos. O que para alguns pode ser considerado negativo, para outros é o milagre de que necessitavam para dar um salto quântico. E a decisão de encarar os acontecimentos como milagre ou provação é inteiramente sua, e de mais ninguém. É você quem decide, porque a vida é sua e só você pode mudar sua interpretação do mundo que o rodeia.
Eu considero a vida, por si só, como um milagre.
Porém, independentemente de não achar tão importante a transição do Ano Velho para o Ano Novo, eu não sou radical ao ponto de criticar quem a festeja efusivamente. E, se todos à minha volta estão comemorando o Ano Novo, porque declarar-me “do contra” e não me juntar a alegria geral?
Feliz Ano Novo a todos!