CHUVA
Na estrada molhada caminho sozinha
Gozando a chuva que me molha o rosto
Num passo dolente rasgo a madrugada
Envolta na névoa, vivendo o presente
Danço na manhã liberta de penas
A chuva caída lavou-me de dores
O ar que me abraça deixa um cheiro doce
O sol ao nascer mostra-me outras cores
A saudade grava marcas na minha alma
Vai fazendo cama dentro do meu peito
O tempo é um sopro que se esfuma breve
Lavada de mágoas e num hino à vida
O amor marca encontro no meu leito
A Guardadora de Palavras
Fernanda Rocha