ALMA QUE VOA
Gracilene Pinto
À luz da aurora
Do dia que amanhece
Lembro de outrora,
E meu espírito se entristece.
A caminhar
Eu começava o dia,
Da brisa perfumada
Hauria a poesia,
E, energizada
Por tanta beleza,
Corria mais e mais
Em meio à natureza.
Quis, no entanto, o destino,
Às vezes traiçoeiro,
Paralisar meus sonhos
E o meu corpo inteiro,
Trazendo um sentimento
De franca impotência,
De que somente Deus
Poderia ter clemência.
Pois, onde tem fé
Não sobrevive mixórdia
E nunca falha
Sua misericórdia.
E, foi assim, meditando
Sobre a vida,
Que percebi
Que me afligia à toa,
Para que pernas,
se o sonho tem asas?!
Para que pernas,
Se minha alma voa?!